sábado, 10 de outubro de 2009

LÍVIA REYES e RICARDO PASQUINI .Faltam leitos para transplante de medula óssea no SUS.

Pasquini: métodos evoluíram, mas infraestrutura ainda é falha.

Trinta anos depois do primeiro transplante de medula óssea (TMO) no Brasil, profissionais da área apontam a falta de leitos para o procedimento como o principal problema encontrado pelos pacientes que precisam da cirurgia.

De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer, cerca de mil pacientes em todo o País estão na fila de espera pelo procedimento que, na maioria das vezes, só pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), já que há uma lacuna na legislação que permite que os planos de saúde deixem de fazer o transplante.

O hematologista Ricardo Pasquini, que nesta semana preside o 23.º Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, ressalta que houve melhora nos resultados dos transplantes de medula. Ao longo de três décadas, foram desenvolvidos novos métodos e medicamentos.

“A evolução nos permitiu fazer o transplante de doadores alogênicos (não familiares), o que possibilitou que um número maior de pacientes fossem beneficiados”, diz.

Para Pasquini, contudo, falta uma evolução no sistema de saúde para que mais pacientes possam encontrar a cura. Segundo ele, existe uma deficiência de leitos, que incluem infraestrutura e equipe especializada, para receptores de doadores não aparentados.

“Noventa por cento dos transplantes alogênicos são feitos pelo SUS. Se os transplantes fossem feitos pelos planos de saúde, poderia haver uma desoneração do sistema público”, afirma.

Lívia Reyes: apelo para que a população doe medula óssea.

Segundo Pasquini, entre os transplantados com doadores não aparentados as chances de cura chegam a 40%. Pasquini -que chefiou a equipe multidisciplinar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná responsável, em 1979, pelo primeiro TMO - ressalta que as chances de recuperação são maiores quando o transplante é realizado precocemente e quando o paciente está em melhor estado clínico, como é o caso da advogada Lívia Gabriela Reyes.

Aos 25 anos, a jovem, que há dois anos está em tratamento contra leucemia mieloide aguda, conta que existe um possível doador compatível na Irlanda, cuja confirmação, no entanto, ainda depende de exames complementares.

Lívia é de Recife (PE) e veio para Curitiba para o tratamento, já que a cidade é referência na área de medula óssea. Ela explica que, mesmo que a compatibilidade seja confirmada, apenas poderia receber o transplante em janeiro de 2010. “Meu estado de saúde é bom. Mas, se fosse feito agora (o transplante), para mim seria bem melhor”, diz.

A advogada também conta que é grande a dificuldade para encontrar um doador. No caso dela, foram examinados os materiais de mais de 40 parentes, de quatro gerações dos familiares.

Por isso ela faz um apelo para que as pessoas se conscientizem pela disponibilização como doadores. “Quanto mais pessoas se cadastrarem, maiores são as chances de encontrar um doador compatível”, alerta.

Mais informações sobre o Congresso da Sociedade Brasileira de TMO no site www.congressosbtmocuritiba.com.br.


Matéria do jornal Nacional, sobre a importancia do transplante de medula óssea para a cura da Leucemia.( 2007). As informações ainda são importantes!

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